Guilherme Arantes ‘chuta o balde para sobreviver’ e decide sair de cena em 2025, mas avisa que retorna em 2026
01/01/2025
Após desmarcar dois shows por causa de cateterismo, Guilherme Arantes anuncia em rede social que dará uma pausa na carreira ao longo de 2025
Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Pelo visto, o fato de Guilherme Arantes ter se submetido a um imprevisto cateterismo com angioplastia em 26 de dezembro mexeu não somente com o coração, mas também com a mente do artista.
Por conta da operação, o cantor já havia cancelado dois compromissos agendados para 31 de dezembro e 3 de janeiro. Só que ontem, 31 de dezembro, Arantes anunciou no Facebook que dará pausa na carreira ao longo de 2025, retornando somente em 2026. Editado, o comunicado foi repostado hoje, 1º de janeiro, no Instagram do artista.
“Feliz ano novo! Nos vemos em 2026! Não, vocês não leram errado, nem eu me enganei . É isso mesmo : 2025 já está parcialmente traçado ‘para’ mim, e parcialmente traçado ‘por’ mim. Não estou dizendo ‘adeus’ a nada, apenas um até breve. Diferentemente da maioria dos meus colegas de profissão, sou um agente sem agenda. Zero promessas, zero compromissos de prosseguir nessa toada compulsória chamada de ‘carreira’. Chuto o balde, me rebelo para sobreviver. Não estou suportando mais, sou um bizarro replicante, desencaixado num jogo em que perdi o fio da meada”, justifica Arantes no início do longo texto.
No comunicado, o artista sinaliza inadequação ao modo como opera atualmente a indústria da música, especialmente ao modelo vigente no mercado de shows.
♪ Leia o comunicado postado hoje, 1º de janeiro de 2025, no Instagram do cantor, compositor e músico paulista Guilherme Arantes, um dos arquitetos do pop brasileiro dos anos 1970 e 1980:
“Feliz ano novo a todos! Nos vemos em 2026! Não, vocês não leram errado, nem eu me enganei . É isso mesmo: 2025 já está parcialmente traçado ‘para’ mim, e parcialmente traçado ‘por’ mim. Não estou dizendo ‘adeus’ a nada, apenas um até breve. Diferentemente da maioria dos meus colegas de profissão, sou um agente sem agenda. Zero promessas, zero compromissos de prosseguir nessa toada compulsória chamada de ‘carreira’. Chuto o balde, me rebelo para sobreviver. Não estou suportando mais, sou um bizarro replicante, desencaixado num jogo em que perdi o fio da meada.
Tenho um pé atrás em relação ao que chamarei genericamente de ‘processos coletivos’. O que é ‘coletivo’? Multidão. Amontoamento de pessoas. Eu respeito tudo, mas posso ter desenvolvido uma sensação de estranhamento.
Adoro tocar para as pessoas, tenho amor e intensidade na mensagem, na função pública. Mas confesso que – não é de hoje – venho me sentindo um peixe fora do aquário.
E ainda mais agora, que tomei um tranco e me vi obrigado a não estar em dois eventos que serviriam pra eu me sentir ‘ainda servindo para alguma coisa’... nessa nova ordem artística que privilegia a festa, o encontro, a mistura, a ‘experiência imersiva’ que o mercado de shows oferece.
Estou bem chateado e reflexivo, questionador, se querem saber. Não é um momento fácil. Seria bem mais fácil se eu relaxasse e curtisse a vida e saboreasse o sucesso, me entregando ao ‘play for cash’... mas não sou assim .
Não sou exatamente um ‘performer’ num mundo dominado pelo entretenimento.
Compositor compulsivo e compulsório por nascença e por escolha, às vezes sinto que não sirvo para muita coisa neste mundo, exceto para um seleto grupo – graças a Deus, agradeço e dou valor todos os dias – de apreciadores da minha evolução artística. Agradeço também ao Universo por me trazer a meio século de música com significado e consistência de um amor incondicional.
Serventia para o showbiz é outra coisa”.
Guilherme Arantes